"Comitê é um grupo que se preocupa com minutos, mas desperdiça horas."
Anônimo
terça-feira, 29 de abril de 2008
Fazer amor não é só uma questão de sotaque, mas também de imaginário e temperamento
"Já tinha pensado no assunto: o amor é diferente quando é falado por línguas diferentes. O mesmo ato, a mesma cama, os mesmos corpos, mas a narrativa é distinta, porque distinta é a língua, e os tabus, e as expressões de excitação, e as palavras sussurradas ou gritadas que habitam a boca dos amantes. 'Vou gozar', 'estou-me a vir': fazer amor em português (do Brasil) ou em português (de Portugal) não é apenas uma questão de sotaque, mas de imaginário, temperamento, tradição.
E, no entanto, não existe um estudo sobre o fenômeno. Quando o assunto é sexo, abundam imagens, descrições, banalidades. Clichês. Mas falta uma poética do eros, capaz de revelar o que uma língua transporta para a intimidade. Como será um orgasmo em russo ou em mandarim? Como se excitam, verbalmente falando, os amantes da Islândia ou da Patagônia?"
João Pereira Coutinho - Folha de S.Paulo, 29 de abril de 2008
E, no entanto, não existe um estudo sobre o fenômeno. Quando o assunto é sexo, abundam imagens, descrições, banalidades. Clichês. Mas falta uma poética do eros, capaz de revelar o que uma língua transporta para a intimidade. Como será um orgasmo em russo ou em mandarim? Como se excitam, verbalmente falando, os amantes da Islândia ou da Patagônia?"
João Pereira Coutinho - Folha de S.Paulo, 29 de abril de 2008
domingo, 27 de abril de 2008
cheiros
"Às vezes voltava alegre, o bafo de anis na boca, e um ou dois dísticos de amor na ponta da língua.
[...]
Uma brisa soprava do rio, trazendo o pitiú de peixe, o cheiro de frutas e pimenta. Ele gostava desse cheiro, que se misturava com outros: o suor dos corpos, o mofo dos tecidos encalhados, das sandálias de couro, das redes de algodão, dos rolos do tabaco de corda."
Dois Irmãos - Milton Hatoum
[...]
Uma brisa soprava do rio, trazendo o pitiú de peixe, o cheiro de frutas e pimenta. Ele gostava desse cheiro, que se misturava com outros: o suor dos corpos, o mofo dos tecidos encalhados, das sandálias de couro, das redes de algodão, dos rolos do tabaco de corda."
Dois Irmãos - Milton Hatoum
"o" livro
"Eu tenho que achar um lugar pra esconder as minhas vontades. Não digo vontade magra, pequenininha, que nem tomar sorvete a toda hora, dar sumiço da aula de matemática, comprar um sapato novo que eu não aguento mais o meu. Vontade assim todo mundo pode ver, não tô ligando a mínima. Mas as outras - as três que de repente vão crescendo e engordando toda a vida - ah, essas eu não quero mais mostrar. De jeito nenhum."
A bolsa amarela - Lygia Bojunga Nunes - é preciso dizer: simplesmente genial!!!
A bolsa amarela - Lygia Bojunga Nunes - é preciso dizer: simplesmente genial!!!
atire!
"Atire a primeira
Atire a segunda, iáiá
Até descarregar o tambor
Até apagar a luz de, iôiô
Até nunca mais,
já vingou."
O Atirador - Lula Queiroga
Atire a segunda, iáiá
Até descarregar o tambor
Até apagar a luz de, iôiô
Até nunca mais,
já vingou."
O Atirador - Lula Queiroga
medo
"Tienem miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da
[...]
Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá"
Miedo - Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da
[...]
Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá"
Miedo - Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis
migalhas
"Saia
Dessa vida de migalhas,
Desses homens que te tratam como um vento que passou."
(Cazuza, Bebel Gilberto, Dé)
Dessa vida de migalhas,
Desses homens que te tratam como um vento que passou."
(Cazuza, Bebel Gilberto, Dé)
segunda-feira, 21 de abril de 2008
por que escrever?
"O escrevedor só se tornará um escritor quando a sua necessidade de escrever for sustentada por um tema que permita e exija que essa necessidade se organize num projeto. Somos milhões a passar a vida escrevendo sem nunca terminar nem publicar nada."
Carta a D. - André Gorz
Carta a D. - André Gorz
retomando
“Eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas. Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina”
Manoel de Barros
"O amor é o fascínio recíproco de duas pessoas por aquilo que elas têm de menos dizível."
Carta a D. - André Gorz
"...que o romance aberto em cima da mesa comece a andar outra vez na bicicleta de nossos óculos, por que haveira de ser mau?"
Histórias de Cronópios e de Famas - Julio Cortázar
Manoel de Barros
"O amor é o fascínio recíproco de duas pessoas por aquilo que elas têm de menos dizível."
Carta a D. - André Gorz
"...que o romance aberto em cima da mesa comece a andar outra vez na bicicleta de nossos óculos, por que haveira de ser mau?"
Histórias de Cronópios e de Famas - Julio Cortázar
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